Já se passaram 31 anos e ainda me lembra bem o impacto que tive ao conhecer a biblioteca da ESALQ. Naquela época não existia o prédio atual, o acervo ficava onde hoje é o Serviço de Cultura e Extensão. Não havia computadores para facilitar a busca... Através de palavras chaves realizamos buscas manuais em pequenas fichas (“kardex”) que indicavam a localização do periódico ou livro.
Então buscávamos o exemplar no acervo que ficava no subsolo, era como entrar em uma mina para garimpar as informações desejadas. Aliás, a imagem de mina não é nova para descrever livros. Emerson (1803-1882) já dizia:
“É bom leitor que faz o bom livro; em cada livro, ele encontra trechos que parecem confidências ou apartes ocultos para qualquer outro e evidentemente destinados ao seu ouvido; o proveito dos livros depende da sensibilidade do leitor; a ideia ou paixão mais profunda dorme como numa mina enquanto não é descoberta por uma mente e um coração afins”.
A citação nos mostra que não basta ter acesso à leitura, mas temos que digeri-la. Também nos diz que é necessário encontrar o bom livro... mas como descobrir o que é bom?
Um recente estudo publicado na Science Express, realizado por pesquisadores da Universidade da Catalunha, apresentou a estimativa de que foram produzidos 196 exabytes de informação entre os anos de 1986 (logo após minha formatura...) e 2007. Um exabyte equivale a um bilhão de gigabytes... é muita informação! E somos diuturnamente bombardeados por essas informações.
Hoje eu não conseguiria filtrar tantas informações com aquelas fichinhas de papel que citei. Nesse momento é que sobressai o papel tanto dos bibliotecários quando dos muitos (também excelentes) serviços disponíveis em nossa biblioteca. Assim como eu faço, com muita alegria, não hesitem em utilizar todos recursos (humanos e materiais) disponíveis para explorar essa riquíssima mina, a biblioteca da ESALQ.
Eu recomendo!
Prof. Roberto Arruda de Souza Lima
Texto utilizado na Recepção aos Ingressantes 2012