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quarta-feira, 10 de agosto de 2016








USP incentiva professores a publicarem pesquisas em grandes revistas


O prêmio é uma das ações adotadas pela Pró-Reitoria de Pesquisa com o objetivo de mudar as diretrizes da pesquisa na Universidade e incentivar a qualidade dos artigos publicados




A Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) da USP lançou, no mês de julho, o edital do Prêmio PRP para Docentes da USP que tenham publicado artigos nas revistas científicas Science, Nature, Cell ou PNAS, durante o ano de 2016. Os pesquisadores podem requerer o prêmio em duas categorias: a de autor principal e a de autor colaborador. Foram destinados R$ 180 mil, valor financiado pelo banco Santander em convênio com a Pró-Reitoria de Pesquisa.
Na categoria voltada para os pesquisadores principais, o valor do prêmio é de R$ 15 mil. Em artigos com até 12 autores, qualquer pesquisador da lista de contribuintes pode fazer a solicitação. Para trabalhos com 13 ou mais autores, apenas os autores principais (cujos nomes são os primeiros da lista) ou os coordenadores do grupo (últimos nomes da lista) podem fazer a solicitação. Na categoria de pesquisadores colaboradores, ou seja, aqueles que não sejam autores principais ou coordenadores de grupo em artigos com mais de 12 autores, o edital prevê o pagamento de um prêmio no valor de R$ 3 mil.
Os recursos podem ser utilizados, por exemplo, na aquisição de insumos e equipamentos para pesquisa, em despesas para participação em congressos etc., a critério do pesquisador contemplado e de acordo com as normas da Universidade. Desde a publicação do edital, 11 pesquisadores já foram admitidos para receber o prêmio.
Para solicitar o prêmio, o pesquisador deve enviar à Pró-Reitoria de Pesquisa o processo físico contendo um comprovante do aceite da publicação do artigo. Só é concedido um prêmio por artigo e as solicitações serão atendidas até o limite dos recursos destinados ao prêmio, considerando a data de entrada do processo.


Revistas científicas

“Nossa Universidade é uma das poucas no País que se qualificaria como uma instituição de pesquisa e uma de suas principais
atribuições é a produção e a difusão de novos conhecimentos. O principal objetivo da Pró-Reitoria de Pesquisa, ao criar esse prêmio, é sinalizar aos pesquisadores que precisamos aumentar a publicação nesses periódicos”, explicou o pró-reitor de Pesquisa, José Eduardo Krieger.
O pró-reitor também explicou que a dimensão da USP, que desenvolve estudos em todas as áreas do conhecimento, torna difícil encontrar uma única medida para qualificar tudo. As quatro publicações escolhidas para esse primeiro edital – a Science, a Nature, a Cell e a PNAS – são muito conhecidas e conceituadas no meio científico e representam o tipo de revista em que a USP precisa aumentar a divulgação de sua produção.
No entanto, Krieger admite que, nesse primeiro edital, a área das Ciências Humanas terá mais dificuldade para ser reconhecida. “Todos os indicadores têm suas limitações e cada área tem suas particularidades, por isso, estamos estudando outras formas de aferição. Sabemos, por exemplo, que entre as pessoas mais citadas da Universidade – em diferentes bases de dados, como o Google Scholar, Scopus e Web of Science –, quase metade é das Ciências Humanas. Hoje, temos ferramentas que permitem aferir o número de citações por artigo e é possível que, para um próximo edital, possamos encontrar uma maneira de premiar os artigos levando também em consideração o número de citações”, afirmou o dirigente.


Pesquisa de qualidade

A criação de um prêmio para incentivar a publicação de artigos em revistas científicas renomadas integra um conjunto de ações adotadas pela Pró-Reitoria para mudar as diretrizes da pesquisa na Universidade. Para o pró-reitor, “até esse momento, o pesquisador brasileiro era estimulado pela quantidade: a quantidade de mestres e doutores que ele orienta, a quantidade de projetos de iniciação científica, a quantidade de artigos publicados. Atualmente, estamos passando por uma transição entre quantidade e qualidade e é fundamental começarmos a adotar indicadores de qualidade e de relevância para a nossa pesquisa, para os critérios de seleção nos editais e na progressão da carreira, por exemplo”.
“Na USP, essa mudança de cultura teve início na gestão passada da PRP, quando foram criados os Núcleos de Apoio à Pesquisa (NAPs), que representaram uma grande mudança no sentido de incentivar a pesquisa interdisciplinar. Agora, além de continuarmos o que já foi implantado, estamos preparados para enfrentar novos desafios, criando soluções para a melhoria da infraestrutura de pesquisa, encontrando novas maneiras para fomentar os agrupamentos e novas linhas de pesquisa, etc. O nosso grande desafio agora é aumentar a relevância da nossa pesquisa”, afirma o pró-reitor

Krieger também chama a atenção para a necessidade de aumentar proporcionalmente o número de alunos de pós-doutorado por docente. “Um docente da USP orienta, em média, um mestrando ou doutorando por ano. Por outro lado, a nossa média de pós-doutorando por docente fica em torno de 0,3 – em outras universidades semelhantes à USP, esse número chega a ser de três pós-doutorandos por docente”, explica.
Essa relação é importante porque o aluno de pós-doutorado, além de estar muito mais familiarizado com o método científico, não está tão atrelado a regras e cronogramas dos programas de pós-graduação e é muito mais independente e apto a desenvolver projetos de pesquisa mais elaborados e inovadores.
De acordo com o pró-reitor, “é por isso que estamos criando condições para incentivar o aumento do número de alunos de pós-doutorado, como a resolução nº 7.151, de 8 de dezembro de 2015, que regulamenta a participação desses alunos em atividades de capacitação didática para os cursos de graduação, com a devida supervisão de um docente; e a criação de prêmios de incentivo aos alunos de pós-doutorado que submetam pedidos de bolsas na Fapesp e aos docentes que orientem dois ou mais pós-doutorandos bolsistas – projeto ainda em fase de estudo”.

Da Assessoria de Imprensa da USP

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