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quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

SCIENCEDIRECT para Pesquisadores e Pós-Graduandos

 


A Editora Elsevier disponibilizou a gravação do webinar ScienceDirect para Pesquisadores e Pós-Graduandos que aconteceu no dia 23 de setembro de 2020. 

O ScienceDirect é a principal plataforma de textos completos de literatura acadêmica revisada por pares.

Acesso:


Mensagem de Boas Festas da Divisão de Biblioteca da USP/ESALQ


 

A Divisão de Biblioteca deseja a todos os seus usuários e parceiros um Natal Feliz e Seguro!

Que em 2021 seja acelerada nossa capacidade de se reinventar, renovar e aperfeiçoar, tornando-nos pessoas cada vez melhores!

Em meu nome, agradeço os colaboradores da Biblioteca que foram brilhantes e mantiveram e incrementaram os serviços e produtos virtuais, os projetos e a política de responsabilidade social.

Um abraço fraterno e afetuoso,






quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Webinar SCIVAL para pesquisadores e pós-graduandos



A Editora Elsevier disponibilizou a gravação do webinar SciVal para pesquisadores e pós-graduando que aconteceu no dia 21 de setembro de 2020. 

O SciVal é uma ferramenta que permite acesso rápido e fácil ao desempenho de pesquisas científicas em 230 nações e mais de 18.100 instituições de pesquisa em todo o mundo, bem como grupos de pesquisadores, publicações e áreas específicas de pesquisa.

Acesse:

Gravação da reunião: icmc.usp.br/e/d7a84

Senha de Acesso: scival@usp2

Slides da Apresentação SciVal: icmc.usp.br/e/3ef88


quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Webinar Mendeley - Gerenciador de Referências e Citações


A Editora Elsevier disponibilizou a gravação do webinar Mendeley que aconteceu no dia 18 de setembro de 2020. 

Saiba como gerar referências, citações e bibliografias em uma ampla gama de estilos de periódicos com apenas alguns cliques.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Webinar SCOPUS para Pós-Graduandos e Pesquisadores


No mês de setembro de 2020 foram realizados webinars sobre como utilizar as ferramentas das bases e plataformas da Elsevier. 
Um dos recursos apresentados foi a Scopus. Esta base de dados multidisciplinar, internacionalmente reconhecida, reúne literatura técnica e científica revisada por pares. 
Todo o conteúdo do treinamento foi gravado e está disponível aos pesquisadores:

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Divisão de Biblioteca da ESALQ: suspensão do atendimento presencial para empréstimos



Em virtude da atualização do "Plano da USP para o retorno gradual das atividades presenciais", a partir de 23 de novembro de 2020 a Divisão de Biblioteca da ESALQ iniciará a suspensão do caráter compulsório do retorno presencial até que a evolução do quadro epidemiológico do Covid-19 volte a se apresentar com clareza e segurança .

Ressalta-se que a biblioteca continuará com o atendimento agendado para devoluções de materiais, em dias e horários pré-estabelecidos, via formulário online: encurtador.com.br/jtzF8.

Os empréstimos estão suspensos, sem previsão de retorno. Para outros serviços oferecidos o atendimento continuará por meio de teletrabalho.

Informações: biblioteca.esalq@usp.br

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

IV SAPEA - Apresentação on-line dos trabalhos finais da disciplina sobre Projeto de Pesquisa em Engenharia Agronômica

 


No dia 12 de novembro de 2020 teve início o IV SAPEA (Seminário de Apresentação do Projeto de Engenharia Agronômica) com a apresentação dos trabalhos finais da disciplina LES 0362 - Preparação do Projeto de Pesquisa em Engenharia Agronômica. 

O evento é coordenado pela Profa. Rosebelly Nunes Marques do Departamento de Economia, Administração e Sociologia, em parceria com a Divisão de Biblioteca, e tem o objetivo de apresentar ao estudante os elementos constitutivos de um projeto de pesquisa e definir a base teórica e conceitual.

As apresentações, que são resultados da Disciplina LES 0362, possibilitaram aos estudantes a capacidade de elaborar o pré-projeto de Pesquisa do Trabalho de Conclusão de Curso, identificando os tipos de pesquisa, procedimentos e instrumentos de coleta e análise de dados qualitativos, quantitativos e mistos.

Neste ano, em virtude da pandemia, o evento aconteceu no formato virtual por meio da plataforma Google Meet, com uma programação que se encerra no dia 27 de novembro de 2020, conforme agenda disponível no site do evento: https://sites.google.com/usp.br/ivsapea/sobre  


Serviço:

  • Responsável: Profa. Rosebelly Nunes Marques
  • Contato: rosebelly.esalq@usp.br

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Divisão de Biblioteca da ESALQ: retorno parcial ao atendimento para empréstimos e devoluções


A partir de 06 de novembro, a Divisão de Biblioteca da ESALQ iniciará o retorno parcial ao atendimento para empréstimos e devoluções, com restrição de público e mediante agendamento por meio do link: https://bit.ly/361567i .

O atendimento está restrito a 20% da capacidade de acesso e os funcionários estarão trabalhando em escala de revezamento, conforme diretrizes do "Plano da USP para o retorno gradual das atividades presenciais".

Entretanto, a Divisão de Biblioteca manterá o teletrabalho para todas as outras atividades oferecidas.


Perguntas frequentes:

Possuo empréstimos da Biblioteca do LES. Posso devolvê-los na Biblioteca Central?

Resposta: sim

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Capacitação para pós-graduação

 


A Divisão de Biblioteca e o Departamento de Genética realizam no dia 06/11/2020, das 10h às 12h, via Google Meet, a capacitação para pós-graduação em: 

  • Estrutura das Dissertações e Teses;
  • Sistema de Submissão de Teses;
  • Turnitin. 
Inscreva-se pelo e-mail referencia.esalq@usp.br para receber o link na data/horário da reunião.

Você já visitou nosso canal no Youtube?



O Youtube "Biblioteca Esalq" é mais um canal de comunicação que a Divisão de Biblioteca disponibiliza à comunidade do campus para acesso ao universo da informação científica.

Este canal permite ao visitante a visualização de uma série de vídeos sobre os produtos e serviços oferecidos pela biblioteca e, também, outros conteúdos relevantes para a pesquisa acadêmica!

Nesta semana publicamos 5 videoaulas sobre “estratégias de busca por informação e conteúdo”. Para acompanhar as publicações, basta se inscrever no canal e clicar no sino para ser avisado instantaneamente sempre que houver novidade no youtube.com/bibliotecaesalq. 


segunda-feira, 19 de outubro de 2020

TOI 2020 - 20/10/2020: I Simpósio Sustentabilidade, Meio Ambiente e Políticas Públicas

 


TOI 2020 - I Simpósio Sustentabilidade, Meio Ambiente e Políticas Públicas

 

O I Simpósio Sustentabilidade, Meio Ambiente e Políticas Públicas – um dos eixos temáticos do VI Congresso Internacional Tecnologia e Organização da Informação – apresenta como proposta, debater temas relacionados à formulação de Políticas Públicas na área de Meio Ambiente e Sustentabilidade.

 

Inscrição: https://doity.com.br/toi2020sustentabilidade

Data: 20 de Outubro das 09h00 às 12h00

 

Evento Gratuito Online via Canal do YouTube  FEBAB: https://www.youtube.com/watch?v=LJxp0NISAlQ

PROGRAMAÇÃO:

09H00 - ABERTURA: Francisco Paletta, Pedro Luiz Cortes
09H15 - Pedro Roberto Jacobi - Informação e Políticas Públicas
10H00 - Laura Ceneviva - Políticas Ambientais Públicas
10H45 - Pedro Luiz Cortes - Gestão das Informações Ambientais
11H30 - CONSIDERAÇÕES FINAIS: Francisco Paletta, Laura Ceneviva, Pedro Luiz Cortes, Pedro Roberto Jacobi

 

Universidade de São Paulo
Escola de Comunicações e Arte – ECA I Departamento de Informação e Cultura – CBD

SITE VI TOI 2020 ONLINE: toi.eca.usp.br

Histórico: www.toiomtid.com.br

Publicação Anais TOI 2020 Online: toi.eca.usp.br até 30 dezembro 2020

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Gravação de webinar disponível! "Tecnologia de pesquisa em ação"

 

 

JÁ ESTÁ DISPONÍVEL A GRAVAÇÃO DO WEBINAR!


WEBINAR
Tecnologia de Pesquisa em Ação
Como chegar a conclusões novas e únicas através da pesquisa digital​


Agradecemos a todos os pesquisadores, professores e bibliotecários que participaram desta sessão!

Apreciamos muito sua participação e interesse em compartilhar esta gravação com seus colegas. Para ver o webinar, clique aqui >>

Gostaria de aproveitar esta oportunidade para lembrar que a Gale desenvolveu uma proposta especial para as universidades do Brasil que desejam continuar tendo acesso às coleções Gale Primary Sources adquiridas pela CAPES através das plataformas Gale. Esta proposta especial também permitirá que seus acadêmicos e estudantes desenvolvam projetos de Humanidades Digitais utilizando o Gale Digital Scholar Lab a um preço mínimo.

Convido-os a entrar em contato comigo para mais informações e para apresentar a proposta completa!

Atenciosamente,

Igor Araujo
Gerente de contas Gale Brasil
  
 


quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Elsevier compartilha lista com os títulos mais acessados nas áreas de ciências agrarias e correlatas

 


No dia 15 de setembro de 2020, a Editora Elsevier compartilhou uma lista com os títulos mais acessados pelos pesquisadores da Esalq na plataforma Science Direct nas áreas de ciências agrarias e correlatas.

“Temos acompanhado uma grande utilização dos usuários para os conteúdos de ciências agrarias e correlatas durante o período trial da coleção de eBooks All Access de eBooks da Elsevier”, disse Bernardo Ferraz, Gerente de Solução de Vendas da Elsevier, em e-mail enviado para Márcia Saad, Chefe da Biblioteca da Esalq.

Ele ressaltou a importância dos conteúdos da plataforma e que o período de testes se encerra no dia 30 de setembro de 2020.

Confira os títulos mais acessados: http://tiny.cc/x9jwsz


sexta-feira, 21 de agosto de 2020

O PRIMATA NU: II. A pele exposta e suas consequências

Autor: Adilson Dias Paschoal | Professor Titular Sênior da USP/ESALQ  | E-mail: adpascho@usp.br


Bipedalismo (postura bípede), maior mobilidade e interações sociais mais apuradas tiveram influência na perda dos pelos no homem primitivo, o que vai ocorrendo ao longo de milhões de anos. Nosso ancestral mais antigo conhecido (várias espécies de Australopithecus, notadamente A. garhi), que viveu na África há cerca de 4,2 milhões de anos, era bípede, media não mais do que 1,2 m de altura, os machos podendo ser até cinquenta por cento maiores do que as fêmeas, e com a característica de ter o corpo completamente coberto por pelos densos. Por sua vez, o Homo habilis, que lhe seguiu no processo evolutivo, há 2,2 milhões de anos, tinha menos pelos no corpo. Tal espécie coexistiu, por milênios, com outros primatas bípedes, do gênero Parantropus, extintos na competição com ele (Ver figura) por não terem, como vegetarianos que eram, desenvolvido a capacidade de produzir ferramentas de pedra lascada, ossos e paus, para caçar e se defender de predadores e de grupos rivais. Embora tal habilidade tivesse sido atribuída ao H. habilis, objetos primitivos de pedra lascada foram encontrados junto de Australopithecus garhi, 2,6 milhões de anos atrás. Assim como H. habilis, o Homo erectus, surgido igualmente na África por volta de 1,8 milhão de anos, também tinha menos pelos no corpo, media de 1,3 m a 1,7 m de altura, pesava 70 kg, tinha cérebro cinquenta por cento maior do que o de seu antecessor, e apresentava dimorfismo sexual menor. A ele é atribuído o uso de fogo e a confecção de ferramentas mais elaboradas, como machados de pedra.

Convivendo com outros hominídeos (Australopithecus e Parantropus), conforme provam achados fósseis, o H. erectus conseguiu migrar para outras regiões fora da África; é dele a origem do Homo sapiens, o primata nu por excelência. Na Europa e na Ásia surge o Homo sapiens neanderthalensis há cerca de 400 mil anos. A África é o berço dos primeiros Homo sapiens sapiens, há 300 mil anos, tendo migrando depois para a Europa e Ásia entre 100 mil e 30 mil anos atrás. A competição com o H. sapiens sapiens, caçador-colhedor, de dieta variada e maior habilidade na confecção de ferramentas, levou à extinção os neandertalenses há 28 mil anos, talvez porque estes, ao contrário daqueles, eram apenas caçadores, comedores de carne, tendo dizimado seus recursos naturais de sobrevivência.

Que consequências teve a perda dos pelos do corpo, fora aquelas a que me referi no artigo anterior, é o que tratarei em seguida.

Diferentemente de todos os demais hominídeos e da maior parte dos mamíferos terrestres, o Homo sapiens sapiens tornou-se um primata nu. O uso de fogo — inicialmente para afugentar animais e se aquecer (desde o H. erectus) sendo depois utilizado para cozer alimentos —, associado à confecção de lança, para caçar e se defender, de roupas feitas com peles de animais, para a proteção do corpo nu, e de cavernas e rústicas habitações como moradias, permitiram-no colonizar todos os continentes, quentes e frios, tórridos e congelantes, espalhando-se da África para a Europa, Ásia, Oceânia e Américas. A pele exposta teve consequências dramáticas, tanto de ordem fisiológica com social.

O primeiro ponto a considerar-se é a termorregulação, ou seja, o ganho e a perda de calor do corpo. A posição ereta assumida pelos hominídeos diminuiu em 70% a incidência de raios solares no corpo humano, comparado com um animal quadrúpede de mesmo porte, reduzindo, dessa forma, a quantidade de calor recebida e de radiações perigosas, o que constituiu grande vantagem evolutiva; glândulas sudoríparas numerosas esfriam mais eficientemente o corpo sob condições de calor extremo e de intensa atividade física.

A perda de pelos, como mostrei, foi vantajosa para a espécie humana sob as condições abertas e quentes da Savana africana. Por isso, e ao contrário dos predadores mais eficientes, leões e esmilodontes (tigres dentes-de-sabre, já extintos), por exemplo, que caçam principalmente à noite, graças à boa visão noturna e pela impossibilidade de evitarem o superaquecimento do corpo durante as horas mais quentes do dia, pois densa é a pelagem do corpo, o homem caçador-colhedor, sem boa visão noturna, mas com eficiente mecanismo termoregulador, usando de instrumentos (lança e fogo) e de estratégias de caça em grupo, para os quais as presas não poderiam devolver mecanismos evolutivos de defesa em curto prazo, o homem tornou-se um caçador extraordinário e ameaçador.

Caças abundantes permitiram o crescimento da população hominídea na Savana. Rareando as presas, com aumento da competição e da rivalidade entre grupos humanos não familiares, o homem passa a lentamente estabelecer seu domínio em novos territórios da África. O Saara não constituiu obstáculo, pois este imenso deserto de hoje era coberto por densas florestas tropicais, por entre as quais corria o rio Nilo, que desaguava no Atlântico e não, como desde milhares de anos, no mar Mediterrâneo. O deserto do Saara formou-se há pelo menos dez mil anos e as migrações humanas para a Europa e Ásia deram-se milhares de anos antes. Áreas mais frias do Hemisfério Norte obrigaram ao uso de vestimentas (peles de animais) e abrigo em cavernas e habitações rudimentares, adaptações necessárias para evitar a perda de calor do corpo sem pelos (hipotermia). Corpo maior, mais robusto, como o do Homo sapiens neanderthalensis, que viveu na Eurásia por 370 mil anos, parece estar relacionado com a diminuição da superfície em relação ao volume, perdendo menos calor, como demonstrei no artigo anterior: maior volume, menor superfície.

O segundo ponto que merece destaque é a mudança da cor da pele, vantagem adquirida por seleção natural e evolução. Com menos pelo, a pele, que antes devia ser branca como a dos chipanzés, torna-se negra pela maior quantidade de melanina, evitando os perigosos raios ultravioleta, intensos no ambiente aberto da Savana africana, sendo esta talvez a mais importante das adaptações.

A colonização de novas áreas fora da África foi significativa para mudanças na cor da pele exposta. Conforme a região e o isolamento genético das populações humanas, de negra a cor da pele passa a branca, amarela e vermelha, como adaptações necessárias à sobrevivência da espécie, notadamente à produção de vitamina D. Sob a intensa radiação ultravioleta equatorial, predominante na África, a melanina em maior quantidade conferia proteção contra os raios UV, capazes de provocar cânceres de pele e outras patologias. Quando o Homo erectus deixa a África há cerca de 1,8 milhão de anos e o Homo sapiens há perto de 55.000 anos, colonizando a Eurásia, a pele escura de alto teor de melanina impedia a síntese de vitamina D pela pele (a melanina é capaz de reduzir de até 99,9% a atuação dos raios UV), de forma que a seleção natural atuou no sentido da sua despigmentação, o que tornou possível a produção de vitamina D sob condições mais setentrionais, de baixa radiação ultravioleta, evitando o raquitismo e a osteomalácia.

A quantidade de pelo remanescente no corpo humano depende da cor da pele e do sexo. Indivíduos de tez branca (“raça” branca) são os que apresentam maior quantidade de pelos desenvolvidos, notadamente os europeus morenos, máxime portugueses e espanhóis, mas também árabes e judeus; ameríndios, ou seja, indígenas americanos (“raça” vermelha) e os indivíduos de tez amarela (“raça” amarela), tais como mongóis, chineses e japoneses, são os que os têm em menor quantidade; as etnias africanas (“raça” negra) apresentam pelos em quantidade intermediária.

Homens apresentam mais pelos desenvolvidos do que as mulheres, devido à maior quantidade de testosterona. Barba, bigode, cavanhaque, costeletas e pelos no peito, costas, abdome, axilas, braços e pernas são caracteres diferenciais entre homens e mulheres, tendo forte conotação sexual, razão pela qual as mulheres os admiram no sexo oposto, mas odeiam tê-los em si, depilações sendo frequentes até mesmo em pelos que desempenham funções importantes, como as pestanas, cada vez mais finas. É interessante notar a existência de um fenômeno genético raro chamado hipertricose, em que mulheres e homens apresentam o corpo todo coberto por pelos densos, à maneira dos ancestrais da espécie humana atual. Julia Pastrana, mulher mexicana, de rosto simiesco (daí ser conhecida como “Mulher Macaco”) foi uma das mais famosas vitimas dessa doença genética; um quadro dela ainda existe no prédio do antigo Departamento de Zoologia da Esalq, sendo usado pelo professor emérito S. de Toledo Piza Jr., para fazer valer suas ideias acerca da evolução humana, tarefa muito difícil naquela época.

Um aspecto negativo, entretanto, foi considera-se a cor da pele objeto de discriminação racial, razão suficiente para que, na atualidade, o conceito de raça para a espécie humana tem sido acirradamente debatido, com a tendência de considerá-lo obsoleto. Civilizações avançadas surgiram na Europa, na África, na Ásia e nas Américas, por povos de tez branca (romanos, gregos, assírios, babilônios), parda-negra-branca (egípcios), negra (kushitas, axumitas), vermelha (astecas, maias, incas) e amarela (mongóis, chineses e japoneses), provas suficientes para se descartar a superioridade de uma raça sobre outra.

Quando a América foi descoberta em 1492 e colonizada nas décadas que se seguiram, os índios, levados à Europa como criaturas tão estranhas e desconhecidas como o abacaxi, o milho e o algodão, não foram considerados seres humanos, sendo por isso, e por outras razões, impiedosamente escravizados, assim como os negros africanos. O que desconheciam, e muitos insistem em continuar desconhecendo, é que a natureza operou, em milhões de anos, por mecanismos próprios, como faz com todos os seres viventes, no sentido de diversificar as populações humanas, como forma de garantir a sobrevivência da espécie, selecionado aquelas que melhor se ajustavam às condições ecológicas locais. Cor da pele é um desses mecanismos adaptativos que garantiu, até agora, que o ser humano pudesse viver nos mais diversos biomas e ecossistemas do nosso planeta, que não é branco nem negro, tampouco amarelo ou vermelho, mas azul, igualmente azul para todos nós seres humanos.


Embate entre Australopithecus robustus (ao fundo) e Homo habilis (esquerda) na Savana africana. Observe o corpo coberto de pelos densos na espécie A. robustus e sua redução no H. habilis, e o uso de pedras lascadas por este último, ao contrário das pedras brutas usadas para defesa pelos primitivos australopitecinos. Esquema reproduzido do livro Early man, Life Nature Library.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

O PRIMATA NU: I. PERDA DOS PELOS

Autor: Adilson Dias Paschoal | Professor Titular Sênior da USP/ESALQ 

E-mail: adpascho@usp.br


Dedico este artigo, em memória, ao colega e amigo Prof. Dr. Humberto de Campos, recentemente falecido, que foi diretor da Esalq e da EEP, e prefeito de Piracicaba, com quem compartilhei experiências em estatística não paramétrica, mais adequada a estudos populacionais de insetos, ácaros e outros animais que se alimentam de plantas, por sabermos serem eles dispostos de forma agregada e não ao acaso como se pressupõe em estatística paramétrica. Requiecat in pace.

Homo sapiens: mamífero primata hominídeo. Esta é a classificação zoológica resumida do ser humano atual. Atual porque outras espécies de Homo existiram anteriormente, como ancestrais nossos: Homo habilis e Homo erectus, extintos milhares de anos atrás. Alguns paleontólogos afirmam ter havido subespécies humanas, que também se extinguiram, talvez por exclusão competitiva, de forma que apenas uma delas sobreviveu, a do Homo sapiens sapiens: o homem moderno.

Próximas de nossa espécie estão outras, atuais, também de primatas hominídeos, dos gêneros Pan (chipanzés, com duas espécies), Gorilla (gorilas, com duas espécies) e Pongo (orangotangos, com três espécies), todas elas, e a nossa, originárias de um ancestral comum, que viveu na parte ocidental da África há cerca de 14 milhões de anos. Humanos, chipanzés, gorilas e orangotangos têm, em comum, características como cérebro bem desenvolvido e complexo; narinas próximas umas das outras, voltadas para a frente e para baixo; ausência de cauda; mesma formula dental, com 32 dentes; machos maiores e mais fortes; onívoros, predominantemente vegetarianos; único filhote por gestação, com cuida da prole por longo período; sociabilidade e comportamento social complexos, assim como são também as expressões faciais e a vocalização. Análises do DNA de chipanzés mostraram terem eles de 96% a 98% de genes idênticos aos do homem, sendo o mais inteligente dos símios antropomorfos. Dados mais recentes apontam serem esses valores menores, de 70%, considerando-se também as partes genéticas não correspondentes entre ambas as espécies.

Uma diferença anatômica marcante entre as espécies de hominídeos, afora aquela mais notória da postura bípede humana, é a quase total ausência de pelos desenvolvidos nos seres humanos, o que contrasta visivelmente com os peludos macacos e quase todos os mamíferos terrestres. Por que razão o homem tornou-se um primata nu é o que tratarei em seguida.

Pelos têm por função principal manter a temperatura do corpo constante (termorregulação), função semelhante à das penas das aves, que também são homeotermas. Outras importantes funções são proteger a pele do sol e das radiações ultravioletas e camuflar o corpo do animal para abate, no caso de predador (carnívoro), ou para defesa, no caso de presa (herbívoro).

A perda dos pelos deve ter ocorrido, progressivamente, pouco mais de dois milhões de anos atrás, período em que a África era habitada pelo Homo habilis (2,2 milhões a 780 mil anos), espécie que teve por ancestral o Astralopithecus (4,2 milhões a 1,4 milhão de anos) e por descendente evolutivo o Homo erectus (1,8 milhão a 100-200 mil anos), que originou o Homo sapiens neanderthalensis (400 mil anos, extinto há 28 mil anos), surgido na Eurásia, e o Homo sapiens sapiens (300 mil a 200 mil anos), surgido na África (Ver figura). Os poucos pelos que restaram não foram eliminados pela evolução por serem importantes. Assim, o cabelo funciona como isolante térmico, protegendo a cabeça dos raios solares; as pestanas impedem que sujeiras e o suor da testa escorram para os olhos; os cílios protegem os olhos de bactérias, insetos e poeira; os pelos auriculares e nasais impedem a entrada de poeira, bactérias e insetos no ouvido e no nariz; nas axilas, os pelos evitam o atrito da movimentação dos braços e que o suor escorra; pelos pubianos atuam como almofada, regulador térmico e protetor do canal vaginal da ação bacteriana.

Termorregulação é a principal função dos pelos do corpo, como já disse. Na savana africana, berço da humanidade, animais de grande porte apresentam poucos pelos desenvolvidos em relação a animais de menor porte. A razão é que nos animais grandes a relação superfície / volume do corpo é menor, o que permite conservar o calor sem que para isso se precise de pelagem densa. Explico isso (a proposição é minha) através da matemática, mas especificamente da geometria. Suponha que um cubo represente parte do corpo de um animal, uma das faces sendo a superfície externa (pele), por onde se recebe e se dissipa o calor, e o volume o corpo interno. Se a aresta é 1 cm a superfície será 1 cm² (1x1), o volume 1 cm³ (1x1x1) e a relação superfície / volume 1:1 = 1; aumentando a aresta para 2 cm, a superfície será 4 cm² (2x2), o volume 8 cm³ (2x2x2) e a relação superfície / volume 4:8 = ½, metade, portanto, da anterior: maior volume, menor superfície. Animais grandes da Savana africana, como búfalos, gnus, rinocerontes e elefantes, têm poucos pelos desenvolvidos, pelagem escura e glândulas sudoríparas em maior quantidade; zebras e girafas, igualmente grandes e com poucos pelos desenvolvidos, parecem ter a pele selecionada para camuflagem, fator de seleção mais importante por serem desprovidas de estruturas de defesa, como os chifres dos bovídeos, daí os padrões de cores e listras típicas. De médio porte, leões, hienas e cães selvagens têm o corpo coberto por pelos densos.

Dentro desse padrão da natureza, o homem, que tem corpo médio, deveria ser coberto de pelos desenvolvidos, como seus parentes macacos. Por que então os perdeu? Primeiro porque ao contrário dos símios antropomorfos, que vivem no ambiente de pouca luz, úmido e frio da floresta tropical, o homem evoluiu no ambiente ensolarado, seco e quente da Savana. De seu ancestral mais antigo, arborícola, adquiriu características notáveis como mãos preênseis e visão frontal e colorida; de outro, mais recente, adquiriu a postura bípede, mais adequada para o deslocamento em campo aberto e a visão da presa e dos predadores por cima da vegetação alta das gramíneas. A caça em grupo exigia mais coordenação e vocalização, o que tornou maior seu cérebro em milhares de anos de evoluções biológica e cultural. Cérebro maior antepôs algo inusitado entre os animais, mesmo entre os primatas mais evoluídos: a dificuldade de dar à luz. Toda mulher que é mãe sabe do que estou falando.

A vida em sociedade parece também ter atuado na redução dos pelos, os homens preferindo as mulheres menos peludas, menos parecidas com eles próprios, já que maior quantidade de pelos pudesse significar maior força, virilidade, dominância e atração sexual (assim como o leão e sua juba), gerando elas crianças com menos pelos desenvolvidos, tanto meninas como meninos, selecionados assim por seleção natural e evolução. Associado aos pelos das axilas, certas glândulas produziam odores sexuais, que desapareceram com a evolução. Outro fator na redução dos pelos do corpo humano parece ter sido a menor incidência de doenças causadas pelos incômodos piolhos, pulgas e carrapatos, abundantes nas pelagens mais densas e nos ambientes fechados das cavernas e abrigos rústicos, que obrigavam, como nos macacos, ao comportamento da catação desses artrópodes, principalmente nos machos dominantes, feitas por fêmeas e por indivíduos dominados.

A perda dos pelos teve consequências trágicas para o ser humano, como mostrarei em próximo artigo.

Com base principalmente nos crânios fossilizados, paleontólogos e outros profissionais conseguiram a restituição de como evoluiu a espécie humana em milhões de anos, com progressivo aumento do cérebro e diminuição do maxilar. Da esquerda para a direita: Astralopithecus sp., Homo habilis, Homo erectus e Homo sapiens. Fonte: Science Photo Library.